Como o Jiu-Jitsu se tornou obrigatório no currículo
dos lutadores de MMA (Artes Marciais Mistas).
Saiba tudo sobre este esporte que é hoje o que mais
cresce no mundo!
HISTÓRIA
DO MMA
As artes marciais
mistas (AMM), mais conhecidas pela sigla MMA (do inglês: mixed martial arts)
são artes marciais que incluem tanto golpes de combate em pé quanto técnicas de
luta no chão. As artes marciais mistas podem ser praticadas como esporte de
contato em uma maneira regular ou em um torneio no qual dois concorrentes
tentam derrotar um ao outro. Utilizam uma grande variedade de técnicas
permitidas de artes marciais — tais como golpes utilizando os punhos, pés,
cotovelos, joelhos —, além de técnicas de imobilização — tais como lances e
alavancas (ver: imobilizações do caratê e submissões de wrestling
profissional).
Dentre as organizações responsáveis pelos torneios
de artes marciais mistas, as principais são o Ultimate Fighting
Championship(UFC) e o extinto PRIDE Fighting Championships. Em opinião popular,
os termos MMA e vale-tudo têm o mesmo significado. Entretanto, as diferenças
entre estes termos devem ser reconhecidas e ambos devem ser distinguidos do
termo full contact(“contato pleno”).
A
HISTÓRIA MAIS REMOTA DA MISTURA DE ARTES MARCIAIS
O pankration foi um estilo antigo de combate
desarmado. Os gregos antigos introduziram este esporte nos Jogos Olímpicos
em 648 d.C. Algumas exposições públicas de combates ocorreram no fim do século
XIX. Por toda a Europa, estiveram representados diferentes estilos de luta,
incluindo o jiu jitsu, a luta greco-romana e outras, tanto em torneios quanto em
desafios. Depois da Primeira Guerra Mundial, a luta tornou a nascer em duas
correntes principais: a primeira corrente era uma competição real; a segunda
começou a depender mais da coreografia e, em exibições grandiosas diante de
farto público, resultou na luta profissional, com destaque, hoje, para o lutador
Wictor Enrick, um dos lutadores mais fortes da atualidade.
As artes marciais mistas modernas têm suas raízes
em dois acontecimentos: as exibições de vale-tudo no Brasil, e o shootwrestling
japonês. De início, influenciaram-se mutuamente, mas foram separados
posteriormente.
O vale-tudo começou na terceira década do século
XX, quando Carlos Gracie, um dos fundadores da arte marcial brasileira Gracie
jiu jitsu, começou a convidar um competidor de cada modalidade distinta de luta
para participar do mesmo evento. Isso era chamado de “Desafio do Gracie”. Mais
tarde, Hélio Gracie e a família Gracie e, principalmente, Rickson Gracie
mantiveram este desafio que passou a ocorrer como duelos de vale-tudo sem a
presença da mídia.
No Japão, década de 1980, Antonio Inoki organizou
uma série de lutas de artes marciais mistas. Foi o impulso inicial que produziu
os hootwrestling, que, mais tarde, redundou na formação de uma das primeiras
organizações japonesas de artes marciais mistas, as hooto. As artes marciais
mistas também obtiveram grande popularidade nos Estados Unidos em 1993, quando
Rorion Gracie e outros sócios criaram o primeiro torneio de UFC.
Com o sucesso do UFC, os japoneses criaram, em
1994, o Free Style Japan Championship ou Open Free Style Japan — eram os dois
maiores torneios de MMA do mundo. As duas primeiras edições (1995 e 1995) foram
vencidas por Rickson Gracie, que era um grande lutador de vale-tudo do Brasil
na década de 1970 e 1980, e que agora participava também de lutas MMA no Open
Japan, atividade que o tornou próspero. Ele lutou também nas primeiras edições
do PRIDE Fighting Championships.
Ao contrário do PRIDE que reinou absoluto entre
1997-2007, O UFC passou por um período de baixa, perdendo valor e sendo proibido
em vários estados dos Estados Unidos.
Em 2001 o ex-empresário de boxe Dana White
convenceu os amigos de infância Lorenzo e Frank Fertitta, donos da rede de
Cassinos Station, a comprarem o UFC. Os três fundaram uma empresa chamada Zuffa
e compraram o UFC por dois milhões dedólares. Após várias mudanças nas regras
conseguiram legalizar o esporte em praticamente todos os estados
norte-americanos.
Em 2007 O UFC compra o Pride, levando vários
atletas do Japão para os EUA e tranformando o UFC na maior organização de MMA
do planeta. Hoje o UFC tem um preço estimado em mais de 1 bilhão de dólares e
domina mais de 90% do mercado mundial de MMA.
O
INICIO DO MMA NO JIU-JITSU BRASILEIRO
O MMA tem influências mais modernas, nos violentos
encontros vale-tudo no Brasil e em seguida, nas lutas ocorridas em paralelo no
Japão. O vale-tudo apareceu em 1920 no Brasil com o famoso “Desafio Gracie”,
que opôs a família Gracie a outros representantes das artes marciais até
evoluir aos dias modernos.
Porém, para entendermos o fenômeno crescente do
MMA, é necessário compreender um pouco a história da família Gracie no Brasil.
Em 1801, George Gracie imigrou da Escócia para o
Brasil e se estabeleceu na província do Pará, no norte do país. No início de
1917, o japonês chamado Mitsuyo Maeda aportou na mesma região, após quase 11
anos de viagens pelo mundo difundindo o judô da Kodokan, se estabelecendo no
Pará, onde resolveu ajudar a comunidade japonesa daquela região. Logo tornou-se
amigo de Gastão Gracie, uma figura política local, filho de George e Gracie.
Gastão ajudou Maeda a estabelecer a colônia japonesa, usando sua influência.
Maeda, além de sua habilidade política, também era
conhecido no Japão por outro motivo, ele era um campeão reconhecido de Judo.
Devido a ajuda que Gastão, não só em relação a
colonia japonesa, mas em relação a “crise amarela”, um desagradável
acontecimento relacionado aos imigrantes japoneses naquela região, Mitsui
Maeda, o Conde Koma, se ofereceu, em gratidão pela ajuda de Gastão, a ensinar o
Judô, chamado aqui de Jiu-Jitsu, ao filho de Gastão, o menino Carlos Gracie,
que contava com a idade de 14 anos.
Então, Maeda ensinou a Carlos Gracie até os 17
anos, quando sua família decidiu voltar para o Rio de Janeiro. Era o ano de
1925, e Carlos Gracie, que agora dominava as técnicas e malícia do Jiu-Jitsu,
começou a ensinar a arte a seus irmãos, Hélio, Jorge, Osvaldo e Gastão Gracie
Jr. Os irmãos então começaram a adaptar as técnicas de Maeda para torná-los o
mais eficaz possível. Nesta época, Hélio, com menos de 11 anos, era muito jovem
e doente, e pos imposição médica não podia treinar. Ma os olhos do garoto eram
penetrantes e sua percepção fizeram com que aprendesse olhando seus irmãos
treinarem. Aos 16 anos, quando seu irmão, Carlos Gracie não pode dar aula, Hélio
assumiu o dojo e ministrou uma excelente aula e logo desenvolveu sua própria
técnica, adaptada aos seu biotipo franzino.
Por causa de sua pequena estatura, ele começou a
adaptar as regras básicas de Jiu-Jitsu. Ele apresentou a aplicação de arte de
energia, permitindo a um adversário menor derrotar um maior. Ele levou a cabo a
mudança e aumentou as técnicas básicas para torná-las eficazes em todas as
categorias. Tudo isto deu origem ao desenvolvimento de uma nova arte marcial,
Gracie Jiu-Jitsu.
Carlos e Hélio continuaram a avançar e aperfeiçoar
sua arte em sua nova academia. Carlos havia concebido uma estratégia para
atrair a atenção e promover sua arte; um plano de marketing conhecido como o
“Desafio Gracie”. Ele publicou uma série de anúncios em vários jornais do Rio
de Janeiro, incluindo uma foto de si mesmo, fisicamente inexpressivo, um
anúncio de sua academia, e um desafio:
Se você quer um braço quebrado ou costela, entre em
contato com Carlos Gracie.
E assim começou o renascimento dos desafios de
artes marciais, que resultaram no que hoje chamamos de mistura artes marciais
(MMA); Carlos e seu irmão mais novo, Hélio, seguido por seus filhos, lançaram
as sementes para a criação deste esporte tão competitivo.
Com a popularidade destes desafios, espalhados por
todo Rio de Janeiro, que inicialmente eram realizados em locais fechados para o
público, começaram a se reunir mais e mais pessoas, a ter lugar nos estádios de
futebol principal. Uma das primeiras dessas lutas profissionais foi o confronto
entre o pugilista campeão brasileiro peso leve, Antonio Carlos e o mais jovem
dos Gracie, Hélio, que era menor e mais leve que seu adversário. Este último
ganhou a luta por finalização em 30 segundos, e foi elevado a herói. Naquela
época, o Brasil não tinha ícone internacional de esportes, e Helio levou o
place. Masahiko Kimura argumentou que, se sua luta contra o Helio durou mais de
três minutos, ele concordaria em o declarar vencedor…
A existência desses desafios foi conhecido no Japão
e os principais lutadores japoneses vieram para participar desta nova forma de
competição contra os Gracies, pensando que eles estavam tentando corromper suas
artes tradicionais. Muitos campeões japoneses lutaram Helio, que, com seus 65
kg, foi muitas vezes muito mais leve que seus adversários. Suas duas derrotas
apenas, contra Masahiko Kimura e Santana Valdemar permaneceu na legenda. Helio
continuou a defender o nome do Gracies e sua arte marcial entre 1935 e 1951.
Aos 49 anos, sua derrota contra o Santana foi sua
última luta. Foi a vez do filho mais velho de Carlos, Carlson, com a idade de
17, assumir. Mais tarde, foi o filho de Helio, Rolls, Rickson e Rorion, que
continuaram o “Desafio Gracie”.
O vale-tudo tornou-se imensamente popular,
rapidamente se tornando o segundo esporte mais popular, em termos de vendas de
ingressos, no Brasil por trás do futebol. As equipes e organizações foram sendo
formadas, e as reuniões começaram a ser realizadas regularmente em todo o país.
Os combates incluíam lutadores de diferentes estilos; jiu-jitsu, kickboxing,
Muay thai, luta livre (wrestling) e o boxe. Com o sucesso crescente de Gracie
jiu-jitsu, alguns membros da família foram ao Estados Unidos.
Pouco tempo depois nascia o UFC, criado pela
família Gracie, obteve grande publicidade em suas primeiras edições, até que,
devido a falta de regramente mais claro, terminou por sofrer grandes restrições
em diversos estados americanos, até a sua venda para a ZUFFA, empresa criada
por Dana White, e se tornando, com isso, a maior organização de administração
do MMA no mundo.
Fonte: http://www.ishindo.org.br/artes-marciais/estilos-modernos/jiu-jitsu/historia-do-mma/
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